Cédula
Dois Mil réis (autografada) - República 1890.
N.o
58540 (valor recebido) – 40.a Série - 11.a Estampa.
Número
do Catálogo de Cédulas do Brasil: R084
Em
1860, um Jovem mato-grossense de apenas 12 anos, empreendeu Uma viagem de sua
Cidade natal, Cuiabá, rumo a Capital do Império do Brasil, Rio de Janeiro.
Partiu para Realizar seus estudos, Como seria de se Esperar de um filho da
oligarquia local. Seguiu em lombo de mula através do sertão, transpondo rios a
nado e de Todos os rigores de uma viagem semelhante, em Uma Época que o
interior do Brasil era ainda Coberto por matas e florestas. O périplo durou
cerca de Três meses. O nome deste jovem? Joaquim Duarte Murtinho (1848-1911). Apos Estudos Preliminares, ingressou na Escola Politécnica, no entanto, não se tornou
engenheiro e sim um dos Mais disputados Médicos homeopatas do Rio de Janeiro. Com
a Mudança do Regime imperial para o republicano Entrou para a Política, foi
Senador da República (1890-1896, 1903-1906 e 1907 um 1911) e Ministro da
Fazenda de Campos Salles (1898-1902).
Por volta de 1890-1892, Joaquim Murtinho Então com Quarenta e poucos anos, mas
ocupando o posto Já de Senador da República, encarregou o jornalista Artur
Guaraná, Que Fazia uma cobertura de Assuntos Econômicos pelo país, de lhe
auxiliar na Procura de uma Jovem Para servir de modelo na confecção da futura
cédula de 2 mil-réis do Tesouro Nacional. A
estampa da cédula de 2 mil-réis em Circulação na Época (8ª estampa) havia Sido
aproveitada do Império, substituindo-se a efígie de D.Pedro II Pela Alegoria da
Justiça. Agora se pretendia substituir uma estampa e Para isso, procurava-se
Uma Imagem de uma Jovem bonita, do tipo brasileiro, para representar a figura
da República.
O jornalista realizou uma busca e encontrou em Estúdio Fotográfico de um senhor
chamado Guimarães, estabelecido na esquina das Ruas da Assembléia com Gonçalves
Dias, uma fotografia de uma Jovem conhecida nas rodas Literárias e Jornalísticas
de São Paulo, deixando o seu verdadeiro nome em sigilo, referindo-se a ela por
"Sinhazinha". ela vivia com o sua Mãe e colaborava com Jovens poetas
e prosadores, para o Diário Popular e Outros Periódicos de Pouco apuro
literário. A Jovem foi
apresentada para Joaquim Murtinho para servir de modelo a cédula da República.
Ela viajou para o Rio de Janeiro e em SEGUIDA Para a Europa. O Envolvimento
amoroso da Jovem com Joaquim Murtinho Parece ter ficado evidenciado nesta
viagem. Na Europa, a Jovem, apos ter passado por Lisboa e provavelmente por Paris,
dirigiu-se para Viena, Onde foi apresentada ao pintor Conrad Kiesel (1846-1921)
para que este pudesse realizar os retratos que seriam utilizados na futura
cédula. O pintor realizou vários
retratos, Entre eles "Dolores" e "Saudade" que logo em
seguida foram encaminhados aos Estados Unidos, para a ABNCo, que procederia com
a realização das gravuras necessárias para a confecção das cédulas.
A ABNCo. encarregou o gravador japonês Sukeichi Oyama (1858-1922), que era
Funcionário da Empresa (1891-1899), de Efetuar as gravuras. e realizou pelo
menos duas gravuras que seriam utilizadas para a confecção das cédulas, uma
denominada "Zella" (1893), obtida a Partir fazer Retrato de autoria
de Conrad Kiesel, denominado "Saudade", e a Outra, "Mima"
(1894) obtida a partir do retrato denominado "Dolores". Era praxe na ABNCo, eles utilizarem
gravuras.
"Zella", primeiramente, em Tres Oportunidades, há Bilhete de 20
Dólares de 1897 (PS627) do Bank of Nova Scotia (Província da Nova Escócia -
Canadá), Bilhete de 20 pesos de 1898 (PS180) fazer El Banco de Concepción
(Chile) e Bilhete de 100 pesos, also de 1898 (PS199) fazer El Banco de Coahuila
(México). Em 1900, Finalmente,
uma gravura "Zella" foi utilizada na cédula brasileira (2 mil-réis de
1900, da 9ª estampa do Tesouro Nacional - R082; P.11) e Acabou por causar um
grande furor na Câmara dos Deputados, Sendo o Ministro da Fazenda acusado de
reproduzir uma figura de sua "meretriz" em dinheiro do Estado.
(Matéria da Numismática News)