quinta-feira, 21 de abril de 2016

“CAÇADOR DE TESOUROS” ENCONTRA A APENAS 15 CENTÍMETROS DO SOLO JOIAS DO SÉCULO III A.C.



Na Escócia, David Booth, um caçador de tesouros amador, empregado como chefe do departamento de caça de um safári local - Blair Drummond Safari Park-, encontrou joias de ouro da antiguidade estimadas em 1 milhão de libras esterlinas (R$ 5.063.000,00).  Elas estavam enterradas em um campo perto da cidade de Stirling.  Ele as achou usando um detector de metais.   O grupo das joias, mostrado ao público no início do mês passado, numa exposição no Museu Nacional da Escócia, foi classificado como a descoberta mais importante da Idade do Ferro, já encontrado no país. 

 
O achado é composto de quatro colares de ouro datando do período entre os séculos I e III a.C.  Três deles estão em condições quase perfeitas, enquanto que o quarto apresenta algum desgaste.  Dois colares têm como modelo a chamado “cordão torcido” que era uma maneira de fazer uma joia com fios rígidos de ouro torcido; uma maneira já conhecida na época, neste local.   O terceiro colar foi feito de uma maneira associada ao artesanato da época do sul da França, e até hoje o único exemplar desse tipo encontrado na Escócia.  O quarto colar mostra técnicas de manufatura – como o trançado de fios de ouro – encontrado só nos países mediterrâneos ou de grande influencia mediterrânea.   Provavelmente esses colares pertenceram a uma pessoa influente,  um líder local, poderoso,  que ao se vestir com essas joias mostraria sua importância e riqueza.  Além disso, elas mostrariam também a habilidade de seu dono de negociar ou de conquistar outros povos, outras gentes, particularmente os povos estabelecidos no continente europeu.


 Uma comissão de arqueólogos deve agora avaliar as joia.  De acordo com a lei escocesa, quaisquer objetos arqueológicos encontrados na Escócia pertencem à Coroa britânica.  Mesmo assim David Booth deve receber uma boa quantia como prêmio pelo achado: a tradição leva a crer que a quantia corresponda ao valor do achado. Ainda não se sabe ao certo quando essas joias estarão à mostra para o público.   A data será estabelecida pelo Comitê de Apoio às Descobertas Arqueológicas da Escócia [Scottish Archaeological Finds Advisory Panel] que no momento auxilia os arqueólogos locais a melhor explorarem o sítio arqueológico descoberto por David Booth.  As joias foram encontradas a apenas 15 cm de profundidade.  Disse o descobridor que só se lembrava que a área — terras particulares para as quais tinha permissão de vasculhar com seu detector de metais — era conhecida por sítios arqueológicos da Idade do Ferro, mas que não lhe passava pela cabeça que pudesse encontrar algo de tanta grandiosidade.


Foram encontradas cinco peças todas datando do mesmo período [300 -100 a.C.]:  duas são fragmentos de um único colar, que foi feito no estilo desenvolvido no Sudoeste da França: característico pelo círculo duro, fechado com uma dobradiça e um fecho.  No entanto, a peça que tornou os arqueólogos mais excitados foi o colar que apresenta decorações em cada ponta, feito por 8 arames de ouro alçados juntos, e embelezados por finíssimos fios e correntes.  Essa técnica aparece definitivamente só as áreas do Mediterrâneo.  Assim, esses colares, só por terem sido descobertos, já estão reescrevendo a história local.  Eles mostram que havia mais conexões entre as tribos escocesas – tradicionalmente vistas como muito isoladas – e outras tribos da Idade do Ferro no coração da Europa.


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