quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

O CAIS E O BARCO REVELADOS PELAS OBRAS NO CENTRO DE LISBOA, EM PORTUGAL.




 

Desde setembro, já foram retirados 900 contentores de achados, a maior parte material de construção, mas também cerâmica e material do século XVI. Mas o que mais chama a atenção é um antigo cais e um barco. Um cais pombalino, cerâmica e duas embarcações são alguns dos achados arqueológicos que preenchem os 900 contentores retirados da obra do Campo das Cebolas, em Lisboa, trabalhos que os cidadãos podem acompanhar em visitas uma vez por semana.




Cláudia Manso é a diretora-geral da escavação do Campo das Cebolas, que junta uma equipa de arqueologia de 60 pessoas, entre arqueólogos e mão-de-obra de apoio. Desde setembro, quando começaram as escavações, já foram retirados 900 contentores de achados, a maior parte material de construção (telhas e tijolos), cerâmica comum, vidrada e esmaltada, e também porcelana oriental e italiana. A escavação desvendou ainda, material do século XVI, como pentes de madeira, bijuteria, sapatos, contas, e até alfinetes e moedas de ouro, encontrados através de um processo de crivagem com jato de água, que limpa as peças. 




Mas, o que mais prende a vista dos visitantes é a estrutura do antigo cais, construído após o terremoto de 1755, com três escadarias, e uma embarcação de 17 metros de comprimento e três de largura. Cláudia Manso referiu, ainda, que foi o lodo do aterro que permitiu a conservação do barco que os arqueólogos acreditam ter sido abandonado no local, e que era usado para encaminhar as águas do saneamento, que o atravessavam em direção ao rio.
Esta é já o segundo barco encontrado no local (o primeiro, em pior estado, foi, entretanto retirado), que servia para consolidação do aterro, o que provocou alguma surpresa, uma vez que "é incomum encontrá-los em contexto de escavação arqueológica", salientou. A escavação revelou, também, "estruturas relacionadas com o edifício da alfândega velha, construído no final do século XIX", e que "existiu aqui até meados do século XX, quando foi demolido", continuou a diretora.




"Agora sim, estamos efetivamente a iniciar a estrutura do parque", vincou a diretora da Área de Desenvolvimento e Infraestrutura da EMEL à Lusa, explicando que já existe uma zona "ao nível de fundo do parque", o que possibilita "iniciar a estrutura" do estacionamento subterrâneo. Dado o tamanho do espólio encontrado, se prevê "constantemente a possibilidade de integrar essas realidades naquilo que vai ser o futuro Campo das Cebolas”. Um desses exemplos foram as pedras que serão integradas no pavimento da praça, "substituindo outras lajotas que estavam previstas para esta área, possibilitando dar uma continuidade a estes achados arqueológicos e mantê-los no local", sublinhou Rita Gonçalves.
 


Um comentário:

  1. Coisas do "Meu Sítio", onde tantas vezes joguei à bola quando menino...

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