Os
pedidos de vários seguidores fizeram com que eu escrevesse novamente sobre o
maior mistério na história do Brasil ou, como diríamos, o mais famoso mito
arqueológico brasileiro é a “cidade perdida da Bahia”. O local é incerto, mas
as afirmações coincidem com os detalhes de antigos viajantes que falavam de
ruas calçadas e muros altos de pedras. A lenda teve início nos tempos do
império, quando o governo português mandou prender Robério Dias, o Muribeca,
por não querer revelar a localização de ricas minas de prata na Bahia. Há
indícios, aliás, registros muito contundentes que deixam a impressão que “algo
muito sério” está sendo escondido propositalmente durante vários anos. A cidade
perdida do sertão baiano passou por uma pesquisa minuciosa entre os anos de
1840 e 1847. Tudo porque, um ano antes, fora encontrado pelo naturalista
português Manoel Ferreira Lagos um documento envelhecido, esquecido num canto
da Livraria Pública da Corte (Atual Biblioteca Nacional). Era um velho
manuscrito carcomido pela passagem do tempo que hoje é catalogado com o número
512, de 10 páginas com o título: “RELAÇÃO HISTÓRICA E OCCULTA, E GRANDE
POVOAÇÃO ANTIQUÍSSIMA SEM MORADORES”. A região é inóspita. Os depoimentos nem
sempre coincidem, mas há vários pontos que confirmam relatos de uns e outros
sobre ruínas espantosas. Apesar de não haver comprovação da realidade, os
intelectuais e entusiastas acreditam que todos os esforços devem ser dedicados,
pois que esses vestígios podem conduzir às grandes descobertas de um passado
misterioso, não só do Brasil, mas envolvente para todo o continente
sul-americano.
A lenda
Os relatos que falam da “Lenda da Montanha de
Cristal” descreve uma montanha muito brilhante. Os bandeirantes não conseguiram
escalá-la, mas um negro descobrira o caminho todo calçado de pedras por dentro
da montanha. Do alto, dizia o relato, avistava-se uma enorme povoação. O local
mostrava-se despovoado, assim, iniciaram sua exploração. Esse único caminho de
pedra levava até a entrada da fantástica cidade (prossegue o relato) até chegar
à entrada com um portal que possuía três arcos de grande altura. Havia letras
que não poderiam ser copiadas devido à grande altura do portal. As casas eram
construídas de forma simétrica e a cidade parecia uma só propriedade. As
coberturas das casas eram algumas de teto de ladrilho queimado e outras de
laje. No final da rua, surgia uma praça regular com algo extraordinariamente
grande: uma coluna de pedra preta bem ao centro com a estátua de um homem que
apontava com o dedo indicador para o Polo Norte. Em cada canto da praça, ao
estilo romano, ficavam uma agulha, algumas já destruídas pelo efeito de raios.
O relato
continua
Outra grande figura encontrada sobre o pórtico
principal da mesma rua, era coroada de louros e despida da cintura para baixo,
trazendo estranhas inscrições abaixo do escudo. De ambos os lados da praça,
edifícios grandiosos, sendo que o primeiro parecia um templo com figuras em
relevo tais como corvos e cruzes. Muitos escombros e ruínas completavam o
cenário que era encontrado, parecendo que havia acontecido um terremoto. Um
grande rio passava do lado da praça, por onde os bandeirantes navegaram durante
três dias até atingirem uma cachoeira. Também foi encontrada uma moeda de ouro
desconhecida que trazia a gravura de um homem de joelhos. No verso da moeda, um
arco, uma coroa e uma flecha.
A carta
fez a lenda
De volta da expedição, os bandeirantes enviaram uma
carta ao Rio de Janeiro, o que originou os manuscritos encontrados em 1839. A
autoria do manuscrito, segundo o pesquisador Heman Kruse e o historiador Pedro
Calmon, foi conferida ao bandeirante João da Silva Guimarães, que teria
percorrido os sertões da Bahia entre 1752 e 1753. Estranho é que as autoridades
brasileiras, depois de todos os esforços dos tempos do império, jamais se
pronunciaram sobre essa miragem fantástica que desafia nossa imaginação. Parte
dela ainda pode estar lá, envolvida pela vegetação, contando uma história bem
diferente do que nos é ensinada nos livros escolares.
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