Pergaminho da escritura do Castelo de Lisboa ao Conde de Barcelos datado de janeiro do ano 1383.
Um pergaminho do século XIV com a
escritura da entrega do Castelo de Lisboa foi colocado à venda no OLX por €750 euros (R$ 3.170,00). O documento vai agora ser analisado, de forma a
comprovar-se a sua autenticidade, que esta datado de janeiro do ano de 1383. A Polícia
Judiciária (PJ) portuguesa apreendeu o pergaminho do século XIV com a
escritura da entrega do Castelo de Lisboa ao Conde de Barcelos, que no início
do mês foi encontrado à venda no OLX por irrisórios €750.
Detalhe do Castelo de São Jorge e das muralhas da cidade no panorama geral de Lisboa durante o cerco de D. Afonso Henriques na "Crônica de D. Afonso Henriques" de Duarte Galvão (1505).
Em
comunicado enviado esta terça-feira, a PJ informa que “após proficiente
trabalho de recolhimento de informação e investigação, logrou localizar e
apreender um pergaminho”. O Arquivo Nacional Torre do Tombo (ANTT), recorde-se,
já demonstrou interesse na aquisição do documento.
Detalhe do Pergaminho e sua esmerada caligrafia datada do século XIV.
“Dada à importância e valor inestimável do documento, e lograda
que foi a tentativa de compra por parte do Arquivo Nacional, esta instituição
comunicou o seu eventual descaminho da legítima tutela do Estado, dando origem
à investigação por parte da Polícia Judiciária”, lê-se ainda a nota enviada pela PJ.
Castelo de Lisboa nos dias atuais.
O pergaminho tem transcrito “uma ordem do Rei,
dirigida a Martim Afonso Valente, Prefeito do Castelo de Lisboa, dando-lhe o
poder de entregar o referido Castelo em seu nome e da Infanta D. Beatriz,
tratando-se de um de três exemplares lavrados à época”, acrescenta o
comunicado. Na altura em que estava na Internet, o anúncio foi visto por
José Luís Fernandes, autor do blog “Repensando a Idade Média”, que
alertou a Câmara Municipal de Lisboa e o jornal Público para a situação.
Maravilhosa vista distante do Castelo de Lisboa atualmente.
“Refira-se que a Torre do Tombo conservou os documentos
da Administração Régia, da Casa Real e de instituições ou particulares a seu
pedido, pelo que a conservação do presente pergaminho, tratando-se de um
documento da Administração Régia, caberia ao Arquivo Nacional”, acrescentou a
PJ. O pergaminho vai agora ser “alvo de
perícia, no sentido de comprovar a sua autenticidade e posterior entrega”.
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