Reverso da cédula de US$ 20
que mostra o batismo de Pocahontas.
Entre
1865 e 1869, a índia Pocahontas estampou as cédulas de US$ 20. Sim! Estamos
falando da mesma índia da animação da Disney, embora a história do desenho seja
diferente da vida real (lá embaixo eu explico melhor). A Pocahontas (na foto)
foi também a primeira mulher a aparecer na nota de dólar, só que ela não estava
sozinha e, sim, no meio de um grupo de pessoas. A primeira primeira-dama dos
EUA, Martha Washington, foi a primeira mulher a aparecer sozinha nas cédulas
americanas, entre 1886 e 1890, na nota de um dólar de prata.
Imagem de Pocahontas.
Vale
lembrar que outras figuras femininas já haviam sido representadas nas notas de
dólar, só que eram figuras mitológicas e não mulheres históricas, que existiram
de verdade. Pocahontas está representada no reverso (parte traseira) da nota no
dia do seu batismo, em 1613 ou 1614, numa igreja anglicana, quando recebeu o nome
cristão de Rebecca. O desenho é uma reprodução do quadro de John Gadsby
Chapman, de 1839, em exposição no Capitólio dos Estados Unidos.
“O Batismo de Pocahontas”,
de John Gadsby Chapman, de 1839, em exposição no Capitólio dos EUA.
No
anverso (parte da frente) da nota (veja abaixo) no lado direito vemos uma
mulher carregando a bandeira dos Estados Unidos. Ao que tudo indica, esta
imagem representaria uma alegoria da Liberdade, a mesma da Estátua da Liberdade,
a mesma da Estátua da Liberdade, em Nova York. Ainda no anverso, do lado
esquerdo, aparece outro desenho, que nada tem a ver com Pocahontas. Trata-se da
batalha de Lexington, durante a Guerra da Independência dos EUA, que ocorreu
mais de 100 anos depois da morte de Pocahontas. A cédula da Pocahontas foi
emitida pelo National Bank, uma das instituições que eram autorizadas pelo
governo americano a emitir dólar no final do século 19 e início do século 20. O
National Bank emitiu ainda cédulas com valores mais altos que US$ 100,
colocando em circulação os valores de US$ 500 e US$ 1.000. Os outros tipos de
nota de dólar que circularam nos Estados Unidos foram a “United States Note”, “Interest Bearing Note”, “Silver
Certificate”, “Treasury Note”, “National Bank Note”, “Federal Reserve Note”,
“Federal Reserve Bank Note”, “National Gold Bank Note” e o “Gold Certificate”.
Cada uma delas com um desenho diferente. No início do século 20, em decorrência
da quebra da Bolsa de Nova York, todas essas cédulas foram extintas, restando
apenas a Federal Reserve Note, emitida pelo Federal Reserve Bank, o banco
central americano.
A cédula de US$ 20 de
Richmond.
Cédula de US$ 20 da índia
Pocahontas de Newark.
Cédula de US$ 20 da índia
Pocahontas de Pittsburgh.
Quem foi a índia Pocahontas?
É difícil
ter certeza de como foi a vida da índia Pocahontas, já que tudo que se sabe
sobre ela foi transmitido oralmente. Porém, uma coisa é certa: a história real
de Pocahontas é bem diferente da contada pela Disney. Da sua história, sabe-se
que ela foi levada para a Inglaterra, onde teria sido recebida pelo rei. Ela
morou algum tempo por lá e, antes de voltar para os Estados Unidos, contraiu
uma doença (talvez pneumonia, varíola ou tuberculose) e morreu aos 22 anos na
cidade inglesa de Kent. No local onde ela morreu, há uma estátua de bronze
(foto) em tamanho real em sua homenagem. Sabe-se ainda é que ela se casou
forçada com o britânico John Rolfe. Da união, nasceu Thomas Rolfe. Quando
adulto Thomas viajou para os Estados Unidos, onde se casou com uma colona. Dado
o mistério que envolve a índia e o fato de ela ter deixado um filho, atualmente
diversos americanos dizem ser seus descendentes. Inclusive alguns famosos, como
duas ex-primeiras damas: Edith Bolling Galt Wilson, mulher de Woodrow Wilson, e
Nancy Reagan, mulher de Ronald Reagan.
Estátua de bronze em tamanho
real em sua homenagem.
Recentemente,
Donald Trump chamou de “Pocahontas”, de maneira pejorativa, a senadora
Elizabeth Warren. A senadora, que é da oposição, costuma mencionar em seus
discursos as suas raízes indígenas (que não são da tribo de Pocahontas) por parte de mãe. Pocahontas
foi uma personalidade importante na história da colonização dos Estados Unidos,
porque ela foi usada para convencer os europeus de que os índios “poderiam se
ocidentalizar” e que “não eram selvagens”. O casamento da índia com John Rolfe
ajudou também a firmar uma paz entre os colonos e os nativos. É por isso que a
personagem já ganhou a honra de estampar uma cédula de dólar.
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