domingo, 26 de agosto de 2018

ESTIVE LÁ E TESTEMUNHEI A INFELIZ HISTÓRIA DO PASSADO BRASILEIRO REDESCOBERTA SOBRE OS ESCRAVOS NA ATUAL OBRA ARQUEOLÓGICA DO VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) DE 2018 NO RIO DE JANEIRO.


 

O sítio arqueológico descoberto durante as obras para a instalação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) no centro do Rio pode incluir uma loja do século 19 onde eram anunciados para venda negros escravizados. As escavações chegaram a alicerces de um estabelecimento que pode ter servido para a negociação de escravos, informou à concessionária que administra o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos). Os achados foram na Avenida Marechal Floriano, no centro antigo da capital fluminense, no escopo das obras da linha 3 do VLT, entre a Central do Brasil e o Aeroporto Santos Dumont. A área era, no século 19, uma chácara.

 
A suposição é que a loja fosse um armazém, posteriormente substituído por um ponto de comercialização de negros africanos escravizados e de seus filhos, transformados em mercadorias. O espaço - "uma estrutura circular, construída com blocos de rochas, semelhante a um poço colonial", conforme descrição dos responsáveis pelo VLT - deve ter funcionado entre as décadas de 1860 e 1870, segundo acreditam os especialistas. Eles se baseiam em anúncios do Jornal do Comércio da época, pesquisados nos arquivos existentes atualmente na Biblioteca Nacional, e em mapas da região.



Arqueólogos descobriram também uma bola de ferro que seria usada nas pernas para impedir a fuga de escravos. A coleta está sendo feita no local há um mês, mediante cruzamento com o traçado antigo das ruas da área. O trabalho é supervisionado por especialistas do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). As descobertas ocorreram por meio de participação do Iphan em processos de licenciamento ambiental relacionados às obras do VLT. 

Em uma cidade que viveu obras constantes para os grandes eventos dos últimos anos, fazia tempo que um canteiro no centro da cidade não chamava tanta atenção. A descoberta de 15 ossadas humanas no percurso da nova linha do veículo leve sobre trilhos (VLT) do Rio de Janeiro concentrou curiosos na Avenida Marechal Floriano, enquanto arqueólogos meticulosamente tomavam notas e trabalhavam na coleta de informações para a retirada de parte dos restos mortais. Os corpos encontrados foram deixados para trás quando a Igreja de São Joaquim foi destruída em 1904, em meio às reformas urbanas do prefeito Francisco Pereira Passos. Construído em estilo barroco, o templo seguia a tradição católica da época de sepultar fiéis abastados no interior de sua estrutura, o que faz com que os pesquisadores acreditem que os corpos sejam de membros da elite carioca de outras épocas.  


 
Três dos 15 esqueletos já foram retirados pela empresa Artefato Patrimônio Arqueológico, contratada pela concessionária VLT Carioca para cuidar de todo o material de importância histórica que se esperava encontrar no caminho dos bondes. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) acompanha o trabalho e determinou que o destino final dos corpos será a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).
Coordenadora da pesquisa arqueológica, Madu Gaspar contou que a as ossadas precisarão ser levadas para um local onde possam secar lentamente, porque o solo do Rio de Janeiro é repleto de umidade, o que atrapalhará a conservação.



“O Rio tem uma história antiga. Se for aberta qualquer via, aparecerão indícios e testemunhas das antigas ocupações. Não só as coloniais, como as pré-coloniais, antes da invasão europeia”, disse ela, explicando que o trabalho não é apenas retirar os restos mortais das covas. “É um trabalho muito lento. Os ossos são frágeis e têm que ser trabalhados com muito cuidado. É preciso fazer um bom registro, com desenhos, fotografias e tomadas topográficas para que possamos juntos reconstruir essa história”.
O arquiteto do Iphan Paulo Vidal destacou ainda que a igreja demolida tem sua história intimamente ligada à do Colégio Pedro II, que fica ao lado das escavações. Pesquisadores relacionam a fundação do colégio à estrutura do Seminário de São Joaquim. Quando o império inaugurou o colégio, em 1837, foi rezada uma missa com a presença da família real, e Pedro II, na época com 12 anos, era um dos presentes.
“Houve uma missa, como era de praxe, e provavelmente a missa foi aqui na Igreja de São Joaquim. A igreja tem uma série de histórias para ser contada a partir desses achados”, disse Paulo.


Cemitério de escravos


 
Para preservar ao máximo a história no trajeto do VLT, o Iphan vem recomendando cuidados como lajes menos profundas para os trilhos e pequenos desvios. Além da Igreja de São Joaquim, foi localizada uma parte do passado escravagista do Brasil no caminho do VLT. No Largo de Santa Rita, a metros de distância, foi encontrado um cemitério para pessoas traficadas da África para trabalhos forçados no país.
No caso desse cemitério, Paulo conta que a opção foi manter os corpos no local e não fazer intervenções. Além disso, será sinalizada a presença do cemitério por uma questão de respeito à memória e conscientização. “Lá há uma questão diferente porque temos uma comissão onde os representantes de entidades de matriz africana participam e decidimos que vamos mexer o mínimo possível no cemitério. Há uma questão do respeito à ancestralidade que é inerente à cultura africana”.

Estudos indicam que os africanos mortos nos tumbeiros ou ao chegarem ao Rio eram enterrados em frente à Igreja de Santa Rita, atual Largo de Santa Rita, entre 1722 e 1769. O local ficava perto do mercado de escravos da Praça XV e distante do Largo da Carioca, onde ficava a nobreza. Os corpos teriam sido descartados em covas rasas, muitos, cobertos de doenças, como as bexigas de varíola, provocadas pelas péssimas condições do translado.Em uma cidade que viveu obras constantes para os grandes eventos dos últimos anos, fazia tempo que um canteiro no centro da cidade não chamava tanta atenção. A descoberta de 15 ossadas humanas no percurso da nova linha do veículo leve sobre trilhos (VLT) do Rio de Janeiro concentrou curiosos na Avenida Marechal Floriano, enquanto arqueólogos meticulosamente tomavam notas e trabalhavam na coleta de informações para a retirada de parte dos restos mortais.


Os corpos encontrados foram deixados para trás quando a Igreja de São Joaquim foi destruída em 1904, em meio às reformas urbanas do prefeito Francisco Pereira Passos. Construído em estilo barroco, o templo seguia a tradição católica da época de sepultar fiéis abastados no interior de sua estrutura, o que faz com que os pesquisadores acreditem que os corpos sejam de membros da elite carioca de outras épocas.  
Três dos 15 esqueletos já foram retirados pela empresa Artefato Patrimônio Arqueológico, contratada pela concessionária VLT Carioca para cuidar de todo o material de importância histórica que se esperava encontrar no caminho dos bondes. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) acompanha o trabalho e determinou que o destino final dos corpos será a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).
Coordenadora da pesquisa arqueológica, Madu Gaspar contou que a as ossadas precisarão ser levadas para um local onde possam secar lentamente, porque o solo do Rio de Janeiro é repleto de umidade, o que atrapalhará a conservação.

“O Rio tem uma história antiga. Se for aberta qualquer via, aparecerão indícios e testemunhas das antigas ocupações. Não só as coloniais, como as pré-coloniais, antes da invasão europeia”, disse ela, explicando que o trabalho não é apenas retirar os restos mortais das covas. “É um trabalho muito lento. Os ossos são frágeis e têm que ser trabalhados com muito cuidado. É preciso fazer um bom registro, com desenhos, fotografias e tomadas topográficas para que possamos juntos reconstruir essa história”.
O arquiteto do Iphan Paulo Vidal destacou ainda que a igreja demolida tem sua história intimamente ligada à do Colégio Pedro II, que fica ao lado das escavações. Pesquisadores relacionam a fundação do colégio à estrutura do Seminário de São Joaquim. Quando o império inaugurou o colégio, em 1837, foi rezada uma missa com a presença da família real, e Pedro II, na época com 12 anos, era um dos presentes.




“Houve uma missa, como era de praxe, e provavelmente a missa foi aqui na Igreja de São Joaquim. A igreja tem uma série de histórias para ser contada a partir desses achados”, disse Paulo.


sábado, 25 de agosto de 2018

BOA VIAGEM MEU IRMÃO DE PESQUISA E SONHO.

Ver alguém partir desta vida
é sempre um momento doloroso,
mas ver alguém tão especial
se despedir deste mundo
é um golpe muito duro.

Você se foi e nos corações
de todos que conheceram
você, fica saudade eterna,
pois tempo algum a poderá
fazer desaparecer ou diminuir.

Eu sempre guardarei o
que vivemos, nossas pesquisas e aventuras,
tudo que compartilhamos, e agora
digo adeus na esperança
de que na eternidade
nos reencontremos, meu grande amigo e irmão!

Até sempre; descanse em paz.


domingo, 5 de agosto de 2018

MILHARES DE DÓLARES EM OURO E OUTROS OBJETOS DE METAIS PRECIOSOS DESCOBERTOS EM UM TÚMULO DO CAZAQUISTÃO.




   Parte dos 3.000 objetos de ouro e outros metais descobertos em um túmulo no Cazaquistão.

O governo do Cazaquistão anunciou uma emocionante descoberta arqueológica em uma remota área montanhosa do país. Uma equipe de arqueólogos desenterrou um enorme tesouro de objetos e joias de ouro. A descoberta foi considerada uma das mais importantes em relação aos povos antigos e à cultura Saka, e uma das mais significativas na história do Cazaquistão. Espera-se que o tesouro forneça informações valiosas sobre a vida do outrora poderoso povo Saka. O território do Cazaquistão tem sido historicamente habitado por tribos nômades. Esse cenário mudou no século XIII, quando Genghis Khan ocupou o país. Na sequência de lutas internas entre os conquistadores, o poder eventualmente voltou para os nômades. Por volta do século XVI, os cazaques surgiram como um grupo étnico distinto, dividido em três jüz (ramos ancestrais que ocupam territórios específicos). Os russos começaram a avançar para as estepes cazaques no século XVIII e, em meados do século XIX, todo o Cazaquistão era parte do Império Russo. Após a Revolução Russa de 1917 e a subsequente guerra civil, o território do Cazaquistão foi reorganizado diversas vezes antes de se tornar a República Socialista Soviética Cazaque em 1936, parte 
integrante da União Soviética.

Quem eram os saka? 

Os saka eram um povo nômade que falava uma língua iraniana e eram um subgrupo do grande grupo cita que dominou as estepes eurasianas durante séculos. O núcleo principal do território Saka era na Ásia Central, e de lá eles se expandiram através do Irã, Índia e Ásia Central. Eles eram famosos por serem excelentes pilotos e por seu trabalho com metal. A presença do saka foi historicamente documentada pela primeira vez no nono século A.C. e eles possuíam um grande poder militar. No entanto, eles desapareceram das páginas da história com o passar do tempo, embora os arqueólogos conseguissem redescobrir sua cultura e história ao longo do século XX.

Um verdadeiro tesouro

Arqueólogos cazaques estavam escavando um monte de kurgan ou enterro no remoto planalto Eleke Sazy, localizado no nordeste da República da Ásia Central. A equipe de especialistas é liderada pelo professor Zainolla Samashev, que afirmou ter descoberto "um grande número de descobertas valiosas neste cemitério", relata o KITCO News. O local foi escavado pela primeira vez há dois anos, embora algumas escavações já tenham sido realizadas no local no século 18, durante o reinado do czar Pedro, o Grande. No total, cerca de 3.000 objetos de ouro foram recuperados. O tesouro inclui pratos e jóias, entre estas últimas correntes com pedras preciosas e brincos em forma de sino. Eles também encontraram um grande número de figuras animais de artesanato requintado. Eles também encontraram um grande número de contas de ouro usadas para decorar as roupas elaboradas da saka. Acredita-se que a descoberta remonta a 2.800 a 3.000 anos atrás.
 

 O túmulo é um dos cerca de 200 encontrados no planalto Eleke Sazy.

Acredita-se que o túmulo é o local de descanso final de um casal ou de uma família nobre que pertencia à elite do saka. Normalmente, membros da elite foram enterrados em kurgans. A equipe de arqueólogos ainda não descobriu os restos mortais daqueles que foram enterrados no túmulo e isso levanta a possibilidade de novas descobertas no futuro. A descoberta do tesouro está demonstrando a grande habilidade do povo Saka no trabalho de metal. Os objetos de ouro mostram que eles poderiam fazer rebites neste metal precioso e, de acordo com o jornal Sun "eles mostram uma técnica refinada de micro-soldagem". Isso permitiu que eles criassem belas joias e outros objetos. Claramente, os saka tinham habilidades metalúrgicas avançadas e eram especialistas em mineração e mineração de ouro.

Contas de ouro foram encontradas entre as jóias.

Houve uma grande expectativa no Cazaquistão no anúncio da descoberta. KITCO News relatórios Daniyal Akhmetov, o governador local, disse que a descoberta "nos oferece uma visão totalmente diferente da história do nosso povo." A descoberta de objetos valiosos de ouro mostra que os povos do Cazaquistão são descendentes de uma grande cultura.

A importância do achado

A descoberta de tantos objetos de ouro incríveis demonstra o avanço dos saka e que eles eram um povo que alcançou o domínio do artesanato de metal. Também mostra que, apesar de serem nômades, eram pessoas refinadas. A descoberta dos objetos de ouro e as expectativas de novas descobertas no kurgan permitirão aos especialistas obter novos conhecimentos sobre o saka e sua cultura. Está prevista a realização de novas escavações na área, pois se acredita que existam cerca de 200 enterros na cidade. Há tantos concentrados aqui porque, de acordo com o Daily Mail, "o planalto com suas abundantes pastagens era visto como um paraíso pelos reis saka". No entanto, os especialistas são cautelosos sobre quantas descobertas ainda estão por fazer. Isso ocorre porque ladrões e ladrões de tumba roubam há muito tempo objetos valiosos dos kurgans.
 

 A metalurgia de alto nível demonstra as avançadas habilidades artesanais do povo Saka.