Arqueologia (do grego,
« arkhé », O que está à frente e por isso é o começo ou o
princípio de tudo, e « logos », discurso; linguagem;
pensamento ou razão; conhecimento de explicação racional de; estudo de)
é a disciplina científica que estuda as culturas
e os modos de vida do passado a partir da análise de vestígios materiais. É uma
ciência social que estuda as sociedades
já extintas, através de seus restos materiais, sejam estes móveis (como por
exemplo um objeto de arte) ou objetos imóveis (como é o caso
das estruturas
arquitetônicas).
Incluem-se também no seu campo de estudos as intervenções feitas pelo homem no meio ambiente.
As maiorias dos primeiros arqueólogos, que
aplicaram sua disciplina aos estudos das antiguidades, definiram a arqueologia
como o estudo sistemático dos restos materiais da vida humana já
desaparecida. Outros arqueólogos enfatizaram aspectos comportamentais e definiu a arqueologia como a reconstrução da
vida dos povos antigos.
A disciplina da arqueologia envolve trabalhos de
prospecção, escavação e eventualmente analises de informação recolhida para
aprender mais sobre o passado humano. Na maioria das vezes, a arqueologia
depende de trabalhos de investigações multidisciplinares. A arqueologia
baseia-se também em conceitos em torno de variadas áreas de conhecimento e
ciências como a antropologia, história, história de arte, etnoarqueologia,
geografia, geologia, linguística, semiologia, física, ciências da informação,
química, estatísticas, paleoecologia, paleontologia, paleozoologia,
paleoetnobotânica.
Em alguns países a arqueologia é considerada como
uma disciplina pertencente à antropologia enquanto que em países, como em Portugal, esta foi
considerada uma disciplina pertencente ao ramo cientifica da História e
dependente deste. Enquanto a antropologia se centra no estudo das culturas
humanas contemporâneas, a arqueologia dedica-se mais ao estudo das
manifestações culturais e materiais destas desde o surgimento do Homem (
transição do Australopitecos para o Homo habilis) até ao
presente. Deste modo, enquanto as antigas gerações de arqueólogos estudavam um
antigo instrumento de cerâmica como um elemento cronológico que ajudaria a pôr
uma data à cultura que era objeto de estudo, ou simplesmente como um objeto com
um verdadeiro valor estético, os arqueólogos dos dias de hoje veriam o mesmo objeto como um instrumento que lhes serve para compreender o pensamento, os valores e a própria sociedade a que
pertenceram.
Os arqueólogos podem ter de atuar em situações de
emergência, como quando existem obras que põem a descoberto vestígios
arqueológicos até então desconhecidos, sendo, nestes casos, criados e enviados
para o local piquete de emergência. Deste modo, procuram desenvolver medidas
para minimizar o impacto negativo que essas obras possam ter no patrimônio
arqueológico podendo ser feitas alterações pontuais no projeto inicial. Só em
casos excepcionais os achados arqueológicos são suficientemente importantes
para justificar a anulação de obras de grande envergadura (ex.: barragem de Foz
Côa). Em certos casos, a destruição parcial ou total dos vestígios
arqueológicos poderá ser inevitável, nomeadamente por motivo de obras de
superior interesse público, o que exige um registro prévio o mais exaustivo
possível.
A fim de se minimizarem os riscos de destruição do patrimônio
arqueológico devido a obras públicas ou privadas de grande amplitude, tem-se
procurado, nos últimos anos, integrar arqueólogos nas equipas que elaboram os
estudos de viabilidade e de impacto ambiental. A tendência atual é para
substituir uma arqueologia de salvamento por uma arqueologia preventiva.
A arqueologia passou a ser vista com interesse e
tornou-se uma ciência popular graças à propaganda feita pela saga Indiana Jones, em que o herói, representado por Harrison Ford, era um professor de arqueologia. Essa a
associação da ciência e o gosto de aventuras glamorizadas pelo personagem
criado por Steven Spielberg e George Lucas catapultaram assim para o imaginário público um
ideal romantizado do que é a investigação arqueológica.
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