quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Buscadores de relíquias procuram o lendário tesouro de “Joaquina do Pompéu” em Minas Gerais

Uma crença de que a "Dama do Sertão" de Minas Gerais enterrou um presente de Dom João VI debaixo do seu casarão, demolido em 1954, leva caçadores de tesouros com equipamentos em busca das relíquias perdidas.
Há muitos anos se ouvem histórias de que um tesouro está enterrado no lugar onde existiu o casarão de Joaquina Bernarda da Silva de Abreu Castelo Branco (1752-1824), a lendária dama do sertão “Joaquina do Pompéu” uma importante personagem mineira do século 19 e com estreitos laços com a família real portuguesa. Em 1808, por exemplo, ela enviou centenas de gados e outros mantimentos para saciar a fome de Dom João VI (1767-1826) e dos cerca de 10 mil súditos que fugiram da invasão das tropas de Napoleão Bonaparte (1769-1821) e desembarcaram, no Rio de Janeiro, sem alimentação suficiente para todos. Já em 1822, Joaquina enviou tropas de cavalos e mantimentos para reforçar o exército de dom Pedro I (1798-1834) na luta pela independência do Brasil.O tesouro em questão seria um presente de João VI em gratidão à ajuda financeira de Joaquina. Há quem acredite que se trata da escultura de um cacho de bananas folheado com ouro. Outros afirmam que o objeto tem o formato de uma única banana coberta com pó do precioso metal. Ainda há quem sugere um pote com objetos valiosos. Muita gente, porém, alerta que tudo não passa de uma lenda que surgiu em razão da riqueza acumulada por Joaquina, considerada uma grande empreendedora à frente de seu tempo.
Ela deixou aos herdeiros, segundo escreveu o historiador Gilberto Cezar no artigo “As duas faces da matriarca”, publicado na edição de 14 junho de 2008 da Revista de História, “11 fazendas, 40 mil cabeças de gado e algumas centenas de escravos, fora baixelas de prata e bandejas e barras de ouro, entre outros tesouros”. Para se ter idéia do tamanho das terras da amiga da corte, basta dizer que suas fazendas abrangiam áreas que hoje pertencem às cidades de Abaeté, Dores do Indaiá, Paracatu, Pitangui, Pequi, Papagaios, Maravilhas, Martinho Campos e Pompéu. Foi nessa última cidade que Joaquina e o marido, o capitão Inácio de Oliveira Campos, passaram os últimos anos de vida. A sede do sobrado, com 79 cômodos, foi erguida de esteio de aroeira, em sistema de pau a pique, no Pompéu Velho, um povoado a 22 quilômetros de Pompéu e a 190 de Belo Horizonte. O imóvel foi derrubado em 1954. “Pessoas acreditavam que debaixo do solar havia um saco de ouro ou outra peça do metal e associaram a existência (do tesouro) à derrubada do imóvel”, disse Hugo de Castro, coordenador do Centro Cultural Dona Joaquina do Pompéu.

(resenha de Paulo Henrique Lobato em http://www.em.com.br/

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